A pandemia tem sido um assunto recorrente por aqui. É inegável a transformação que o mercado de trabalho teve com a pandemia da Covid-19. O trabalho remoto foi a única opção disponível para grande parte das empresas e com o avanço da vacinação nos países o modelo híbrido surge e é implementado como padrão de trabalho. Conforme as empresas avançam e formam suas próprias diretrizes para o retorno ao escritório, colaboradores começam a entender quais as suas necessidades individuais e como as novas diretrizes fazem parte ou não da sua nova realidade.
Um público que vem repensando sua relação com o trabalho são as mulheres. Para seguir em home office, 44% das mulheres consideram trocar de emprego, enquanto apenas 31,4% dos homens têm essa preferência. Na mesma pesquisa, 63,8% dos entrevistados (homens e mulheres) querem trabalhar mais em home office do que presencialmente. Além disso, 76,5% dos profissionais passaram a considerar o home office como um novo modo de trabalho fixo. O que antes era visto apenas como um benefício, hoje se torna um diferencial de contratação, e a pesquisa revela que o colaborador tem consciência de estar diante de um novo modelo de trabalho.
A pandemia afeta desproporcionalmente as mulheres. O isolamento social gera um acúmulo de estresse que pode afetar negativamente o humor e a saúde das profissionais. Em um estudo com mais de 28 mil participantes, percebeu-se que mulheres passando por um período de estresse durante a pandemia estão mais suscetíveis a sofrer com hipertensão. Além disso, as mulheres acumulam mais tarefas domésticas, aquelas que são mães ainda acumulam a responsabilidade de ajudar na educação dos filhos que estão temporariamente em casa. Historicamente, mulheres já costumam acumular tarefas para um “segundo turno” ao chegar em casa, que com a pandemia pode virar trabalho para um turno inteiro.
Apesar dos efeitos negativos, o home office também aproximou mulheres dos filhos e dos companheiros, que podem estar juntos durante os intervalos de trabalho. Outros pontos positivos estão em ter mais tempo para atividades físicas e lazer pela ausência do tempo gasto em deslocamento. Mesmo com a percepção de um aumento na carga de trabalho, o home office proporcionou uma conciliação positiva de família e trabalho, permitindo que mulheres se sintam realizadas no âmbito profissional e familiar ao mesmo tempo. O home office deixa de ser apenas um benefício e pode virar uma modalidade muito relevante para a qualidade de vida das mulheres.
Em matéria para a Forbes, Tracy Brower propõe algumas ações que empresas podem colocar em prática para melhorar a vida e o bem-estar das mulheres. Um ambiente de trabalho diversificado e inclusivo só oferece vantagens para a empresa e para os colaboradores. O compromisso com a diversidade de gênero deve fazer parte dos planos de empresas com visão de futuro. Pensar e oferecer o suporte necessário para que mulheres cresçam pessoalmente e profissionalmente dentro da empresa, mesmo com adversidades como a pandemia, é uma boa forma de ter uma cultura organizacional positiva.
Uma boa maneira de começar é seguir as diretrizes sugeridas pela United Nations para empoderar o trabalho de mulheres:
- Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero;
- Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não-discriminação;
- Assegurar a saúde, a segurança e o bem estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras;
- Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres;
- Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres;
- Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa;
- Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.
“Será importante para as organizações garantir que criem culturas de inclusão, aceitação e equidade, intervindo para lidar com todos os tipos de preconceitos. Um elemento de cultura eficaz é o apoio à liderança e o empoderamento das mulheres, e isso exigirá desenvolvimento e responsabilidade.” É importante ouvir o que as funcionárias têm a dizer e ter empatia neste momento de mudanças. Uma pesquisa de clima e/ou de pulso podem ser fundamentais antes e depois da implementação de na cultura da empresa.
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* Texto produzido por Letícia Dallegrave, mestra em Comunicação Social e Publicitária.